Como reagem os tutores com relação a comportamentos problemáticos de seus cães
Na maioria das vezes os comportamentos caninos que os tutores percebem como problemáticos são aqueles relacionados ao medo e ansiedade. Porém, é necessario ressaltar que agressão comandada pelo tutor ou pelo cão são comportamentos considerados muito graves e algumas vezes essa agressividade é consequência do medo ou ansiedade em cães. Além disso, latidos excessivos, medo em caminhadas e aversão a estranhos também são comportamentos com maior probabilidade de serem percebidos como problemáticos.
Normalmente, o medo e a ansiedade são mais frequentes em cães jovens, e à medida que aprendem sobre seu novo ambiente, pode ser que esses peludos ainda não tenham se habituado completamente aos estímulos na rua. Por isso, a reatividade a ruídos e busca de atenção também são percebidos pelos tutores como comportamentos problemáticos.
No entanto, cães jovens também podem exibir comportamentos como perseguição da cauda, destruição de objetos e desejo incontrolável de comer qualquer coisa que não seja alimento. Dependendo dos casos, esses comportamentos podem ser comuns no desenvolvimento ou podem estar associados a um incorreto uso do enriquecimento ambiental.
Ao mesmo tempo, lambidas repetitivas no corpo são mais relevantes entre os cães mais velhos e pode ser atribuível à síndrome de disfunção cognitiva relacionada à idade. Também, conforme a idade do cão aumenta, torna-se maior a probabilidade de apresentar reatividade a ruídos. Isto acontece devido ao desenvolvimento natural de comportamentos de medo ao longo do tempo por meio dos processos de sensibilização.
Por outro lado, segundo estudos relacionados ao tema, as diferenças de gênero no relato dos tutores sobre os comportamentos problemáticos de seus cães, expresam as diferenças nas relações entre cães e tutores homens ou mulheres. Por exemplo, cães sendo acariciados por uma mulher apresentam um cortisol plasmático mais baixo. Isso indica que o comportamento é mais relaxado do que os cães acariciados por um homem.
Entretanto, pessoas que vivem sem filhos podem ser consideravelmente mais apegadas ao seu animal de estimação. Por isso, é possível que esses tutores sejam propensos a reforçar comportamentos de busca de atenção em seus cães.
Afinal, melhorar o bem-estar dos tutores e dos cães requer a identificação de fatores que possuem um impacto na relação tutor – cão. Esses fatores podem ser usados para:
1) Prever problemas de comportamento em cães;
2) Presumir quais tutores são mais prováveis de serem sensível aos comportamentos de um cão;
3) Tipo de animal de estimação mais adequado para cada indivíduo. Por isso a importância de incluir as percepções do tutor nas avaliações comportamentais caninas já que são fundamentais para obter o sucesso nos atendimentos do médico veterinário.
FONTE: PIRRONE. F, et al. Owner and animal factors predict the incidence of, and owner reaction toward, problematic behaviors in companion dogs. Journal of Veterinary Behavior. V 10, Edição 4 , p 295-301. Agosto de 2015.
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